O cálculo da aposentadoria depois da Reforma da Previdência não é mais o mesmo, assim como o valor da aposentadoria também não. Agora para chegar ao valor do benefício, o INSS considera uma média de todos os salários pagos desde 1994. Antes essa conta era feita desconsiderando 20% dos salários mais baixos do segurado.

No sistema atual, os salários mais baixos acabam reduzindo o valor do benefício. Por isso, é comum ouvir dizer que o valor da aposentadoria diminuiu com a Reforma. Contudo, isso não é 100% verdade. Isso porque, com a nova lei, o segurado do INSS pode descartar algumas contribuições visando o aumento do benefício. No post de hoje vamos explicar como funciona essa estratégia e o que você pode fazer para aumentar o valor da aposentadoria. Confira!

Como aumentar o valor da aposentadoria?

Primeiramente, antes de explicar sobre o cálculo e a exclusão de algumas contribuições, é importante que o segurado saiba que não existe uma regra que seja válida para todos. Para os segurados que contribuíram por um período apenas pelo salário mínimo, mas depois contribuíram considerando salários mais altos, a exclusão de contribuições pode valer a pena. Mas é preciso sempre analisar.

Assim, antes mesmo de fazer o descarte ou entrar com o pedido da aposentadoria no INSS, é recomendável buscar um profissional especializado, que possa oferecer a melhor solução para o seu caso concreto.

Nem sempre o descarte das contribuições aumenta o valor do benefício, como veremos adiante. Por isso, é preciso de planejar e tomar decisões que de fato sejam vantajosas para o seu caso.

Cálculo para saber o valor da aposentadoria

Já explicamos como fazer o cálculo do valor da aposentadoria aqui no blog de forma detalhada. Porém, apenas para facilitar, vamos fazer uma explicação mais prática, usando os números.

Se você possui mais de 62 anos de idade (mulher) ou 65 anos de idade (homem) e tem 15 anos de contribuição, pelas regras da Previdência, você tem direito a receber 60% da média salarial. Essa média, como explicamos, será calculada com base em todos os salários recebidos desde 1994.

Caso você tenha mais do que 15 anos de contribuição, você tem direito a receber um percentual de 2% a mais. Assim, mulheres que têm 16 anos de contribuição, por exemplo, terão o direito de receber 62% da média salarial.

Já para os homens, o percentual de 2% só será acrescentado quando estes tiverem mais de 20 anos de contribuição. Assim, aquele que tiver 21 anos de contribuição, terá direito a uma média de 62% dos salários pagos desde 1994.

Como fazer o descarte de contribuições

Como explicamos, o segurado pode optar por descartar algumas contribuições com o objetivo de evitar que elas joguem o valor da aposentadoria para baixo. Contudo, com o descarte, esses períodos também não serão computados para o tempo de contribuição.

Antes da Reforma 20% dos salários mais baixos eram desconsiderados, mas o tempo de contribuição ainda era válido. Por isso, é preciso ter cautela antes de promover o descarte. O ideal é sempre buscar um profissional especializado e fazer uma simulação, assim o segurado tem a certeza de que o descarte vale mesmo a pena.

Como explicamos, não é sempre que o descarte gera impactos positivos. E para você entender isso melhor, vamos pegar um exemplo do Sr. Mariano (nome fictício) para ficar mais fácil.

O Sr. Mariano tem 65 anos e contribuiu por 25 anos. Nesses 25 anos, ele sempre recolheu o INSS pelo teto, porém, entre 2007 a 2011, ele ficou desempregado e acabou recolhendo apenas pelo salário mínimo.

Sem realizar qualquer descarte, o Sr. Mariano tem direito a 70% da média salarial (25 anos de contribuição) e como sua média salarial é de R$4.383,38 , o valor da sua aposentadoria será de R$ 3.068,37.

Agora, vamos supor que o Sr. Mariano opte pelo descarte. Nesse caso, serão computados somente 20 anos, o que lhe dá direito a 60% da média. O valor da média, contudo, sobe para R$ 5.250,59 e o valor da sua aposentadoria será de R$ 3.150,35.

Com o descarte, o Sr. Mariano consegue aumentar seu benefício em cerca de R$ 81,00, o que vale bastante a pena.

Regras de transição e valor da aposentadoria

Como explicamos no blog, existem segurados que caem nas regras de transição da Reforma da Previdência. É o caso daqueles segurados que não tinham tempo para se aposentar antes da Reforma, mas contribuíram de acordo com as antigas regras da aposentadoria por tempo de contribuição.

Com a Reforma, esse tipo de aposentadoria foi extinto. Por isso, quem se aposentaria por tempo de contribuição deve observar as regras de transição.

Nesses casos, o segurado também pode optar pelo descarte, mas nem sempre isso significa uma vantagem. Em geral o descarte só é vantajoso para quem tempo de contribuição em excesso.

Para quem utiliza a regra do pedágio, o descarte também não representa vantagem. Isso porque, provavelmente esse segurado terá que esperar mais tempo para se aposentar, já que o descarte elimina também o tempo de contribuição.

Por fim, para quem se aposenta por idade, o descarte será vantajoso para aqueles segurados que, após ele ainda contam com mais de 15 anos de contribuição.

Valor da aposentadoria: cada caso, um caso

Como vimos no post, a regra de descarte apresenta vantagens e desvantagens. Por isso, o segurado deve analisar bem o seu caso, antes de tomar a decisão de descartar os menores salários. Fazer uma simulação e um planejamento é a melhor forma de garantir um bom benefício e desfrutar da aposentadoria com tranquilidade. Por isso, não exite em buscar orientação de um especialista. A decisão sobre como se aposentar é uma decisão importante e que traz impactos para o resto da vida.

Vale destacar que o segurado não pode simplesmente mudar o valor da aposentadoria porque descobriu que poderia ganhar mais, uma vez que o ato da Aposentadoria depois de aceita é irrevogável, logo, a decisão e os valores devem ser analisados com cautela antes de realizar o pedido.

Você quer simular o valor da sua aposentadoria e se planejar? Entre em contato e saiba mais!

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Patrícia Würfel

Advogada e mãe. Especialista em Direito Previdenciário. Apaixonada por fazer a diferença na vida das pessoas. Atua no sentido de verificar e orientar os segurados do INSS sobre o melhor momento para suas aposentadorias.