Nem todo mundo sabe, mas caso você receba a sua aposentadoria de forma integral, isso não significa que você terá direito a um salário equivalente àquele que tinha antes de solicitar o benefício. Por isso, o planejamento de aposentadoria é algo tão importante.

O valor máximo que o INSS paga aos segurados, ou seja, o chamado teto da aposentadoria é um valor fixo que sofre reajustes anualmente. Apenas para se ter uma ideia, em 2020, o teto do “salário benefício” é de R$ 6.101,06.

Embora o salário benefício integral seja um valor considerável, nem sempre ele atende às suas expectativas e o seu orçamento. Além disso, receber o valor máximo não é algo tão simples quanto parece. Mais do que um planejamento de aposentadoria estratégico, o segurado deve investir uma boa parcela do seu salário para obter um benefício vantajoso no futuro.

Para saber quando começar um planejamento de aposentadoria e como obter o melhor benefício, separamos algumas dicas. Confira!

Por que fazer um planejamento de aposentadoria?

O planejamento da aposentadoria tem como finalidade garantir o melhor benefício, além de proporcionar uma renda satisfatória para quando você deixar de trabalhar.

Em alguns casos, trabalhar mais pode aumentar o benefício, é verdade. No entanto, isso não é uma verdade absoluta para todos os segurados. Em alguns casos, trabalhar a mais também significa deixar de receber a aposentadoria, quando você já tinha direito ao benefício. Ou seja, na prática, isso significa prejuízo.

A vantagem de fazer um planejamento de aposentadoria é que você sabe exatamente quando deve se aposentar e quanto deve contribuir para garantir um benefício vantajoso, conforme as suas expectativas e o seu orçamento.

Como depois da Reforma da Previdência se aposentar pelo teto ficou mais difícil, atualmente, o planejamento de aposentadoria é ainda mais necessário.

Quando começar o planejamento de aposentadoria

O ideal é começar um planejamento de aposentadoria o mais cedo possível. Assim, logo que você começa a receber uma renda, seja como empregado ou autônomo, vale a pena começar a se organizar.

Antes da Reforma da Previdência, quem queria se aposentar pelo teto precisaria contribuir com 11% do valor máximo para o INSS, se fosse empregado. Caso fosse autônomo, era recomendado contribuir com 20% do valor máximo. Porém, com a Reforma da Previdência, isso mudou.

Agora, para se aposentar pelo teto, o segurado deve contar com um histórico de altos salários desde julho de 1994, além de ter a idade exigida (cerca de 60 anos de idade) na data da aposentadoria. Na prática, isso significa que para quem quer se aposentar pelo teto é preciso contribuir e trabalhar por mais tempo.

Como funciona o cálculo?

Antes da Reforma da Previdência, quem queria receber uma boa aposentadoria, deveria ter em mente que no cálculo do salário benefício eram descartadas 20% das menores contribuições. Porém, com a Reforma, as regras mudaram e o segurado precisa se planejar com mais atenção e cautela do que antes. Agora a média salarial é menor, pois são utilizados 100% dos salários a partir de julho de 1994.

Além disso, o cálculo da aposentadoria é feito com 60% sobre a nova média salarial mais 2% a cada ano que ultrapassar 15 anos (mulheres) e 20 anos (homens).

Para quem é autônomo, como antes o INSS descontava os 20% menores salários de contribuição, muitos recolhiam o INSS apenas sobre o salário mínimo. Porém agora, como a nova média vai considerar todos os salários desde 1994, é importante planejar um valor médio de contribuição para não ter um valor de benefício muito reduzido.

Como posso me aposentar ganhando mais?

Para montar um bom planejamento é preciso ter em mãos toda a documentação que confirma o vínculo de trabalho, folhas de pagamento e os dados do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). Todas essas informações precisam ser analisadas para montar o melhor planejamento.

Para quem está pensando em se aposentar com o melhor benefício, a melhor estratégia não é simplesmente aumentar o benefício. Isso porque, muitas vezes aumentar o valor quando o segurado está prestes a se aposentar provavelmente não trará grandes impactos no valor final do salário-benefício. Também é preciso analisar todas as regras de transição para avaliar qual o tipo de aposentadoria é possível e mais vantajoso no seu caso.

Em casos como este, o ideal é buscar um plano de Previdência Privada e o auxílio de um advogado previdenciário.

Vale destacar que a aposentadoria é um benefício irrevogável e intransferível. Por isso, uma vez que o segurado encaminha a aposentadoria e aceita o benefício em uma determinada modalidade, ele não pode alterar isso depois apenas para obter um benefício mais vantajoso.

Em algumas situações quem espera mais tempo para se aposentar, mesmo tendo atingido os requisitos necessários, pode ter um aumento significativo no valor final do seu salário benefício, por isso é importante avaliar. Como as regras de transição da Reforma da Previdência são complexas, é preciso analisar cada caso em concreto.

Hoje não existe uma regra única que se aplique a qualquer segurado quando se trata de planejamento de aposentadoria. A melhor opção mesmo é conversar com um especialista, que conheça a legislação e saiba oferecer um suporte adequado para você fazer um planejamento de aposentadoria estratégico e que atenda às suas necessidades.

Afinal de contas, a Aposentadoria é um desejo de todo trabalhador que se dedica uma vida inteira ao labor. Trabalhamos todo este tempo idealizando a chegada da Aposentadoria para termos tempo para os amigos, a família, e as tão sonhadas viagens.

Sendo assim, quanto antes você se organizar para este momento, mais tranquilo estará para viver sua vida com liberdade!

Você precisa de auxílio com o planejamento de aposentadoria? Entre em contato e veja como podemos te ajudar!

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Patrícia Würfel

Advogada e mãe. Especialista em Direito Previdenciário. Apaixonada por fazer a diferença na vida das pessoas. Atua no sentido de verificar e orientar os segurados do INSS sobre o melhor momento para suas aposentadorias.